Postado 31 de maio de 2020 em Cuidados com a Saúde por natuclin
Os dados estatísticos são um indicativo do que os especialistas em saúde alertam sobre os perigos e consequências do tabagismo. A cada 5 minutos, um brasileiro morre em decorrência de doenças ligadas ao fumo. Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID 10), o tabagismo é “uma desordem mental e de comportamento, decorrente da síndrome de abstinência à nicotina”.
O tabagismo é um fator de risco para o desenvolvimento de muitas doenças. Todo o corpo pode ser afetado. Neste momento de pandemia, se o fumante for infectado pelo novo coronavírus, as chances de ter complicações é aumentada.
Vale destacar também o perigo para os fumantes passivos, como gestantes, crianças e todos que convivem e inalam a fumaça nociva e podem ter a expectativa de vida reduzida.
Mesmo com as leis antifumo, os dados dos órgãos de saúde ainda apresentam um elevado número de casos graves e até a morte causada por esse vício. Destacamos algumas consequências do tabagismo que vão muito além dos danos pulmonares:
Fumantes têm entre 3 a 5 vezes mais chances de contrair doenças cardíacas. As substâncias nocivas podem reduzir a quantidade de oxigênio, aumentar a pressão arterial e acelerar a frequência cardíaca. Há maior probabilidade de formar coágulos, o que pode levar a ataques cardíacos ou derrames.
Segundo os Nefrologistas, o tabaco pode provocar pequenas lesões e obstruções nos vasos por onde o sangue corre, contribuindo para o surgimento dos problemas de pressão e de doenças renais. A substância também aumenta o risco de formação de cálculos, incontinência urinária e está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim e de bexiga.
O fumante está potencialmente mais suscetível a ter problemas no sistema circulatório. Fumantes têm o organismo mais inflamado, consequentemente podem desenvolver um quadro de lesão cerebral que progride até o ponto de apresentar sintomas de estresse, demência, memória e concentração afetadas, declínio cognitivo, insônia e envelhecimento precoce do cérebro.
Existem algumas relações alarmantes entre o tabagismo e o novo coronavírus: além da baixa imunidade, comum entre os fumantes, e, principalmente, as complicações pulmonares, existe também a questão do contato direto e constante que os fumantes têm com as mãos, lábios e boca.
Duas opções que parecem inofensivas, mas são tão ruins quanto o cigarro tradicional. Substâncias como aromatizantes e flavorizantes, que conferem aroma e sabor agradáveis ao tabaco, dão uma falsa sensação de que isso é algo menos perigoso.
Os cigarros eletrônicos são dispositivos que podem parecer um cigarro ou caneta de verdade, possuem mini tanques recarregáveis para o líquido, que geralmente é feito de nicotina, aromas e outros produtos químicos. O dispositivo de aquecimento transforma o líquido em vapor que você inala quando dá uma tragada.
O narguilé, também conhecido como cachimbo árabe ou cachimbo de água, é geralmente usado em sessões que podem durar entre 20 minutos a 60 minutos, e durante esse tempo a fumaça engolida pelo fumante pode atingir os 50 litros, o equivalente à fumaça liberada por 100 cigarros. Devido ao tempo das sessões, os fumantes de narguilé absorvem uma maior quantidade de toxinas do que os fumantes de cigarro. Além de males como o câncer, ao compartilhar o narguilé ou cigarro eletrônico com outros usuários, o fumante pode ficar exposto ao novo coronavírus, herpes e outras doenças da boca, hepatite C e tuberculose e outras doenças.
Parar de fumar é um processo que exige atitude, disciplina e acompanhamento de saúde com especialistas.
Compartilhamos aqui na íntegra algumas dicas do Dr. Drauzio Varella, que foi fumante por muitos anos. Vale se inspirar e tomar uma atitude para adotar novos hábitos que beneficiarão sua saúde:
Mentalize aspectos que você considera negativos em fumar;
Beba bastante água durante o dia, pois isso fará você se sentir melhor. Tenha uma garrafinha sempre com você e, sempre que pensar em acender um cigarro, tome um copo d’água;
Tenha sempre com você pequenas porções de alimentos, de preferência não muito calóricos, como cenoura e pepino cortados em bastões. Fazer mais refeições menores ao longo do dia ajuda a combater a ansiedade;
Pratique exercícios físicos, que ajudam a controlar o peso e liberam serotonina e endorfina, neurotransmissores que dão sensação de bem-estar e aplacam a ansiedade. Procure uma atividade que você goste e crie o hábito de praticá-la sempre;
Evite ficar no mesmo ambiente com pessoas que fumam, comunicando a elas que você está no processo de parar. Se alguém na sua casa fuma, vale a pena tentar incluir essa pessoa na luta contra o cigarro. Vocês podem se ajudar;
Além de praticar esportes, faça um curso ou uma oficina, consuma formas de arte. Adicione na sua rotina atividades de que você gosta e que o coloquem em contato consigo mesmo;
Todos os dias, guarde o dinheiro que você gastaria com o cigarro e o conte ao final de cada semana para ver quanto economizou. Você pode guardar e até investir o dinheiro em algum passeio de que goste. A economia também pode servir de incentivo para não fumar de novo;
Preste atenção nos ganhos que você vai adquirir ao parar. Quando você para de fumar, seu olfato e seu paladar melhoram, você respira melhor e sua pele fica mais bonita. E o melhor: você está ganhando tempo e qualidade de vida.